Arquitetura biofílica ganha espaço na área da saúde

Ainda é muito comum encontrar em ambientes clínicos e hospitalares padrões de construção que não despertam conforto e tranquilidade ao paciente. Locais que contam com pequenas salas de atendimento e espaços otimizados para atender o maior número de pessoas, sem levar em consideração que o ambiente faz a diferença durante consultas, exames e tratamentos.

Mas essa visão tem mudado através de conceitos que proporcionam saúde e bem-estar por meio da neuroarquitetura aliada à biofilia. Em linhas gerais, a arquitetura biofílica é a arquitetura que caminha junto com a natureza, explorando de forma natural o verde, plantas, iluminação, sons, ventilação, além de elementos naturais como a madeira. Entre os benefícios entregues ao paciente, bem como aos profissionais e visitantes, estão a reconexão com a natureza, a tranquilidade e o conforto.

A arquiteta Valeska Almeida, que tem realizado esse tipo de projeto no Nordeste, explica que a tendência de construções, revitalizações ou pequenas mudanças em ambientes de saúde não está ligada apenas à funcionalidade e à estética, pois, ao proporcionar aspectos tanto da arquitetura biofílica como da neuroarquitetura – que analisa os impactos do ambiente físico no comportamento humano; os benefícios são diversos. “Ao unir os dois conceitos, projetamos construções que cumprem função de descanso, regeneração, qualidade de vida e longevidade. Características que abraçam pacientes, profissionais e visitantes, que são beneficiados com a redução de estresse e ansiedade durante a permanência em uma clínica ou hospital”, explica.

A médica Wiviane Rocha, sócia de um núcleo de saúde e estética, em João Pessoa, conta que a construção da clínica foi planejada com o foco no paciente. Para ela, a reconexão com a natureza, que começa pelo estacionamento do local, estimula melhores sensações e resultados nos pacientes. “Sempre quis que meus pacientes tivessem boas experiências em nossa clínica e a presença de muitas plantas e ambientes amplos, com visibilidade para a área externa, transmite uma sensação de liberdade levando a um relaxamento, bem-estar, paz e calmaria”.

Além das plantas, toda a clínica é rodeada de pássaros, o que aumenta ainda mais a sensação de conexão com a natureza. “Percebemos diariamente que a estratégia vem dando certo, pois nossos pacientes relatam, que ao entrar na clínica, já sentem uma sensação de bem-estar, como se estivessem em casa e que esquecem até dos problemas corriqueiros, sem pressa de ir embora”, explica a médica.

Valeska Almeida orienta que clínicas e hospitais que ainda não ofereçam esse conceito aos pacientes estejam atentos às necessidades de transformação. “Para implementar tanto a neuroarquitetura como a biofilia nem sempre é necessário englobar grandes reformas. Muitas vezes é extremamente possível fazer adaptações otimizando a estrutura existente”, orienta a arquiteta, que deixa algumas dicas que podem ser colocadas em prática sem grandes custos:

  • Possibilitar a entrada de iluminação natural nos ambientes.
  • Utilizar superfícies com textura de madeira (revestimentos, mobiliário e decoração).
  • Ter esquadrias ou espaços que permitam a troca de ar.
  • Utilizar espelhos d’água, fontes, piscinas e aquários.
  • Jardins e vasos de plantas são sempre bem-vindos.
  • Explorar cores, texturas e formas em espaços frios.
  • Explorar sons e cheiros também marcam o ambiente de forma positiva.

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